Prefiro ser escritor de blog a ser colunista de revistas, jornais ou algo do tipo... Não duvido da competência deles, mas existe um princípio que me afasta de alguns escritores... A inspiração... Acredito que ela não é como uma necessidade fisiológica, que constantemente nos avisam o que devemos fazer, ou como o sol que, mesmo na incerteza, aparece e vai embora todos os dias... Penso em inspiração como algo que nos assalta a mente, nos envolve de uma ansiedade diferente, uma espécie de orgasmo que nos fecunda e nos motiva, de movere, de nos afetar para algo... Quando estamos envolvidos por esse sentimento, nos colocamos a escrever, a "parir" um texto... No meu miúdo pensamento, isto é um sintoma do que seja a inspiração. E continuo a afirmar que essa dama de beleza velada não escolhe hora marcada para nos envolver... Será que todas as informações contidas nos noticiários são frutos dessa relação? O dinheiro compra inspiração? Podemos nos apropriar dela? Coitados daqueles que tem a obrigação de estar com algo produzido toda semana, ou até mesmo todos os dias... Penso que a inspiração os visita vez ou outra por piedade, por ver seus olhos escurecidos de tantas noites sem dormir à sua espera, para que não cometam traições com seu nome... Digo somente uma coisa: Inspiração não se possui, é um estado de espírito, existe para sentir...
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Ops-center
Outro dia, andando num shopping de São Luís e olhando que existe loja para todas as necessidades cheguei a uma conclusão: O shopping possui tantas lojas porque quem o frequenta não sabe o que quer...
Obs: Eu estava lá, não sei o que quero, mas sei o que não quero...
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Momentos
No começo de minha existência, é verdade que não me lembro, mas, logo no primeiro ano comecei a andar. De uma coisa tenho certeza, a sensação de liberdade, de poder passear com os próprios pés, isso eu sei que senti. Mas logo quando comecei a dar as primeiras carreiras, alguém me alcançou e me segurou. Descobri que não era o único a saber andar, e que muitos andavam mais rápido que eu. Não foi tão grandioso assim... Os anos passaram sem que eu percebesse muito. Aprendi a andar de bicicleta. Magnífico! Esplendoroso! Me equilibrar como se fosse numa corda bamba. Mas, quando cai e olhei os outros continuando seus caminhos, percebi que não era o único que sabia andar de bicicleta, percebi que milhões e milhões o fazem e muitos pedalavam melhor que eu. Não foi tão grandioso assim... Na adolescência, conclui meu ensino médio, pouco depois completei dezoito anos. Me sentia dono do próprio nariz, queria tomar minhas próprias decisões. Mas, descobri que, entre o já e o ainda não, existe um espaço abissal. Descobri que milhões e milhões de outras pessoas completam dezoito anos e concluem seus estudos básicos. Não foi grandes coisas, não havia nada de tão extraordinário na minha vida... Recentemente eu recebi o grau de licenciado em Filosofia, minha primeira graduação superior, quanta alegria, quanta felicidade. Mas, descobri que muitas pessoas também possuem o grau de licenciatura, milhares de filósofos são formados todos os anos no mundo. Não foi algo tão grandioso assim... Então pensei comigo mesmo e me questionei: Onde está a unicidade de todas essas conquistas, de todas as minhas realizações? Até agora eu só fiz o que muitos já haviam feito, sou apenas mais um no meio dessa massa chamada humanidade... Demorei... Isso doeu em mim... Mas, descobri que a unicidade de todas essas realizações está no momento. Exato! O momento em que comecei a andar, o momento em que comecei a pedalar, o momento em que terminei cada etapa de minha formação. Cada um desses momentos foram únicos no universo, porque só aconteceram comigo, uma única vez. E são os momentos que nos constroem, e constroem a nossa história... Carpe diem...
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Rio de sangue
Não como praga de um Deus
Mas te clamam piedade
Perguntam por que se repete
O Rio de sangue
Não o Nilo do Egito
Mas este do messias
de braços abertos
Este de outrora maravilhoso
De encantos naturais
...
Tuas pirâmides de pedras
À beira dos morros
teus faraós
Revoltos em seus sarcófagos
Buscando perpetuar essa vida
Onde está tua maravilha?
Onde está tua beleza?
...
Copacabana
Copa da bala
Homens em cana
Homens da bala
Copa bacana
...
Quais foram teus pecados?
A quem quiseste ofender?
Teus filhos pagam o preço
de quem não quis obedecer
Filhos do sistema
Filhos do rio
Não do Nilo
Do Rio de sangue
...
Que fizeste tu Egito canarinho
para a ira dos deuses suscitar?
Quero ver-te maravilhosa
Com os mesmos braços abertos
Não de rendição
Mas de redenção
Do redentor
Da redescoberta
de Copacabana
Copa bacana
domingo, 21 de novembro de 2010
Construção
Passei - até recentemente - minha vida sem saber que existia a música de Chico Buarque. Não entendo como isso aconteceu, mas agora estou me deliciando com suas canções. Fiquei encantado com uma música dele e resolvi postar aqui para os interessados. Foi na repressão, é verdade, era no período da ditadura, beleza. Mas será que não continua a acontecer toda essa história; com personagens diferentes? É pior, na ditadura via-se os fardados. Hoje ninguém vê, mas sente... Por isso eu brigo com o sistema como se fosse de verdade, me revolto como se isso adiantasse, luto como se fosse fácil vencer... Quem melhor que ele pra mostrar como é... Veja e pense...
Construção/Deus lhe pague
"Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir."
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir."
Chico Buarque de Holanda.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Sistema Copulado
O Polícleto está com raiva, não do mundo, como parece, mas do que fizeram dele; da coisa que o fizeram ser; coisa... Estou como aquele que clama no deserto, falo para os seres que, não como médicos, mas como dotados de sentimentos, acreditam que o mundo está doente... Maldito seja o sistema de Hegel, um emaranhado de abstrações, principalmente pelo que fizeram dele. Esse sistema "fechado", impenetrável, está tal e qual para uma prostituta de pernas abertas, ou como diria em linguagem de caboclo que sou, "mais furado que tábua de pirulito". O desencadear de ideias não me leva nem me eleva o espírito. Maldito seja quem inventou a burocracia, palavra feia, começando pelo nome... ela serve muito bem para robôs que executam tarefas pré-estabelecidas ou ainda para coisas, reificadas mesmo, tornadas meros instrumentos... burocracia... quem gosta de você? Estou farto de ficar tal como se não tivesse pretensões amplificadas, como a maioria dos filósofos se diz ser. Vou enfrentar a maioria. Não tenho munição suficiente, minha aljava de ideias tem poucas setas, por isso devo ter cuidado ao atirar cada uma delas. Não sou filósofo nem poeta, sou um cara que por não concordar com essa langonha chamada de sistema; quer mudar, mesmo que seja furando as abstrações uma por uma... Perpassando por entre estes conceitos que não tem existência nem utilidade vital... indo além do conceito. Alguém já viu o Estado passando por aí? e esse tal sistema que insiste em ficar fora do ar... ele não gosta de trabalhar, é verdade, mas ninguém tem poder para demiti-lo? Essas abstrações devem ser banidas do nosso mundo, dessa "coisa" que chamamos mundo. Somos humanos, devemos ser tratados assim, pelo menos enquanto nos relacionamos uns com os outros, ou até copularmos com o sistema... E o que será gerado? Não sei, mas como está não pode ficar, tem que ser outra coisa...
terça-feira, 16 de novembro de 2010
I - mundo
Meu mundo é pequeno. Posso percorrê-lo com meus passos. Ele tem quantas pessoas posso conhecer. Meu mundo não tem fronteiras. As pessoas não passam fome. No meu mundo ninguém briga por causa de Deus. Lá todos são iguais. Meu mundo é diferente de outros mundos. Desses que tem Reis sóis. Desses de passaporte. Meu mundo é diferente. Lá se age e pensa pra viver. Em favor da vida. Não há maior nem menor. Meu mundo só tem uma cor. Todas juntas num só feixe. Tudo é colorido. No meu mundo não há relatividade, e se houvesse não mataria milhões. Meu mundo não tem guerras, nem santa, nem dos diabos. A morte passa fome por lá. Meu mundo é diferente... É outro mundo... É imundo... É esse mundo...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
De-saudade
Não existe o mal
As coisas são como são
Então porque choras Polícleto?
- Choro porque sinto saudade
...
A dor da partida não é mal
O adeus...
da viagem...
da morte...
...
.São expressões. de sentimento
O que é saudade?
...
Não perscrute
...
Sinta
...
Nossas mágoas não causam lágrimas
por causa da de uma mentira proferida,
mas pela dor da verdade desvelada.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Antinomia da existência
O meu sorriso sempre foi sem graça
por isso vivo sorrindo
...
Sou o mais pessimista possível
por isso levo a vida de alto astral
...
Vivo decepcionado com tudo ao meu redor
por isso procuro sonhar com um mundo melhor
...
Sou uma crise ambulante
por isso busco as revoluções
...
Não tenho muito pra conversar
por isso falo pelos cotovelos
...
Não entendo nada do que escrevo
por isso não paro de escrever
talvez buscando algo pela insistência
...
Me considero ultrapassado
por isso penso no futuro
...
Gosto de tudo do jeito que tem de ser
por isso vivo mudando o tempo todo
...
Isso parece loucura
mas é que acredito estar tudo tão normal
...
Vejo todo mundo do mesmo jeito
por isso tento ser diferente
...
Entre o perto e o distante
O oculto e o desvelado
...
Estou sendo
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Crise de identidade
Uma breve estória de Polícleto...
Hoje acordei bem cedo, beijei minha esposa e fui escovar os dentes... Estou sendo marido... Desci do quarto já arrumado pra trabalhar, tomei café da manhã com as crianças... Estou sendo pai... O trânsito estava um caos, driblei vários veículos à direita e esquerda, muitos palavrões... Estou sendo motorista... Cheguei no trabalho em cima da hora, fui logo interceptado pela secretária que avisava da reunião com os sócios, ela não tinha culpa do meu esquecimento... Estou sendo trabalhador... Fim do expediente e me encontro com os amigos pra tomar uma cerveja e curtir boa música... Estou sendo boêmio... Volto pra casa, encontro as crianças dormindo, minha esposa está esperando... Chega o fim do dia... Muitas atividades, muitas facetas e me pergunto... Quem sou eu? Ora uma coisa, ora outra... Problemas da pós modernidade...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Fênix (ϕοῖνιξ)
A morte venceu outra vez
Queimou-me em fogo ardente
Estou em meio às cinzas
Contando os dias de outro confronto
Eu e a morte
Direta ou indiretamente
Reúno os cacos de minhas forças
Um sonho de eterna chama
Em meu corpo inflama
Utopia de uma vitória
Ela acredita ser imortal
Capaz de vencer a si mesma
Mas teus meios são obsoletos
Os meus também
Uma batalha perdida
Não tenho o teu poder
Não tens a minha vida
E quando eu morrer
Voltarei a ressurgir
Do fogo com novos sonhos
Das cinzas com novas forças
Não desisto
Sou ave
Sou ϕοῖνιξ
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Fins dos tempos II
Utopias e mudanças
Crises e revoluções
Morte do homem
Morte de Deus
Morte do pensamento
Quebra de paradigmas
Quebra de preconceitos
Quebra a cara
Fim da esperança
Fim dos tempos
Fim da linha
Decretos pós-modernos
Do indivíduo
Flatus vocis
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Sentidos
Quantos sentidos sentido tem?
Sensível
Magoado
Sentido
Percepção
Compreensão
Sentido
Bom senso
Julgamento
Sentido
Finalidade
Propósito
Sentido
Ponto de vista
Ideia
Sentido
Concentração
Cautela
Sentido
Orientação
Direção
Sentido
Intuição
Pressentimento
Sentido
Quantos sentidos sentido tem?
Sinta
...
Sentidos
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Senhor piedade
Não como "as cobaias de Deus" (Cazuza)... Mas estou clamando piedade. Não por mim. Mas por todos os que acreditaram nas falácias de um câncer que persiste em nos corroer. Sugando nossas almas... nossas vidas... Estou abatido e arrasado... Sem esperança... Sempre disputando os piores lugares da federação... Eis o motivo. Ela ganhou novamente - provavelmente serão mais oito anos. Será que temos o que merecemos? Me recuso a acreditar nessa tese... Prefiro morrer lutando a aceitar de braços cruzados... EU MEREÇO MAIS !!! Não nasci pra ser miserável... Deus não quer isso de seus filhos... Por isso clamo piedade... "pra essa gente careta e covarde"... Senhor... Piedade!!!
Obs.: Para quem não sabe do que estou falando, essa mensagem é meu primeiro gesto de repúdio pela vitória de R.S. (me recuso a citar o nome dela) para governar o estado do maranhão (minúsculo como essa eleição). Eu acredito na mudança... Posso não ver com meus olhos, mas lutarei até o fim...
sábado, 2 de outubro de 2010
Corpos des-esperados
Onde te escondes esperança?
Onde estás?
Como falar de ti
se não a vejo em nenhum lugar?
...
Dizem estar dentro de nós
Ser o motor da nossa vontade
Capacidade de sonhar
Mas os corpos estão cansados
Da vontade de poder
De deixar de ser rebanho
...
Esgotaram as possibilidades
Disseram não valer à pena
E tu ficastes mais oculta
...
Onde tu estás?
Em que escaninho te encontras?
...
Neste mundo aqui-agora
De mediatez imediata
Os sonhos são impossíveis
É impossível esperar
...
É impossível pensar
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Reforma agrária
Pobres coitados, à beira dos banquetes
pegando migalhas, colhendo esmolas...
Esperando a bondade casual de um descuido e comida ao chão.
Rodeados de cachorros que lambem suas feridas com falsos milagres.
Quanta ilusão...
Desejosos e sedentos por um pouco de dignidade.
Saem de si querendo sanar a podridão que há
Em encontros que mais parecem macabros
Com mais demônios que deuses
Culpa do Estado?
E aqueles, os seus trabalhadores estelionatários?
Ficam de cima olhando o que jogam diariamente no vaso
...
As migalhas que o povo come
...
O fim é o mesmo
A quantidade também
Sete pedaços de terra pra cada um
Um sobe e outro desce
...
Quem decide?
...
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Prisão
um dia desafiei a lógica e a razão
transmiti minha revolta
por meio de minhas sensações
...
expressões
...
fui condenado por minhas ideias
...
fui condenado à prisão
...
fiquei preso à linguagem
...
transmiti minha revolta
por meio de minhas sensações
...
expressões
...
fui condenado por minhas ideias
...
fui condenado à prisão
...
fiquei preso à linguagem
...
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Pesadelo
"isso tudo acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos..."
Zé Geraldo.
Desculpem-me pelo pleonasmo, mas outro dia eu saí para fora. Foi um ek-stasis como há muito não fazia. Talvez até estivesse precisando... O fato é que nessa viagem eu vi o futuro do país... Não como vidente, nem ao menos como profeta... Pura projeção... Vi enchentes, queimadas e furacões. Vi o caos... Consumindo ideias... vomitando verdades... Fiquei assustado com tudo isso... eu estava lá...
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Professores por acaso
- O que você quer ser quando crescer?
...
- Médico!
- Advogado!
- Engenheiro!
- Enfermeiro!
- Professor!
...
- Professor?
- Mas porquê?
...
- Porque eu quero ensinar os médicos, advogados, engenheiros, enfermeiros e ajudar na construção do mundo.
...
...
Quiçá fosse sempre assim... Mas na prática , vê-se que após seguidas decepções ou por força das circunstâncias, surgem professores... Sem páthos por seus "alunos" ou pelo que fazem. Indiferentes ao que fazem, com quem fazem. Alienam médicos... advogados... engenheiros... enfermeiros... e, de fato, constroem um mundo... coisas.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Eclesiastes
Hipocrisia das hipocrisias, diz o Polícleto: Os filósofos tornaram-se expressão da hipocrisia. Com falsa humildade "escolhem os primeiros lugares" (Cf. Lc 14, 7). Buscam o nômeno ao falar do fenômeno. Buscam o universal falando do particular. Com premissas modestas e conclusões totalizadoras... E eu, infeliz que que sou... em meio às ondas revoltas das ideias... estou no mesmo barco... Furando o casco. Sonhando em mudar o mundo. Apanhando ideias abissais... no fundo. E lá, no escaninho de meus pensamentos, está a intenção. Esta sim, é possibilidade, é vontade, é poder...
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Transa
"... os meus sonhos foram todos vendidos. Tão barato que eu nem acredito..."
Cazuza.
Eu que pensava saber o significado da palavra oposição, ou mesmo o sentido de se falar perseverança. Olhei em volta no dia de ontem e vi transas constantes, no sentido etimológico da palavra, um vai-e-vem, movimento de ir e vir, sim e não. Descobri que não há tanta diferença entre os opostos e parece que, de fato, sempre se atraem... Da parte que me cabe da herança, desta parte (partido), incontentes se fizeram dos seus. E a transa persiste com o povo na condição passiva. Não existe oposição, tanto quanto não há uma geração. Como macacos pulando galhos. Eles transam constantemente. Ferram com o povo.
sábado, 31 de julho de 2010
Geração
Nossas ideias não geram revoltas
Nossos sentimentos não geram amor
Nossa vida tornou-se um vazio
A felicidade não rima com dor
O mundo anda tão complicado
Cada vez mais difícil entender
Já estamos sem identidade
Não há ideal pra viver
É preciso um novo contrato
Uma nova maneira de ser
É preciso mudar a história
É preciso gerar ação...
sábado, 3 de julho de 2010
Quadrado
Pensamento mediato
Vozes do além
Medo do futuro
...
Pensamento imediato
Todas as vozes
Uma só canção
...
Que canção?
sexta-feira, 25 de junho de 2010
O outro
"Saber é poder." Qual momento na história do mundo, a natureza gemeu em dores de parto sentindo um câncer maligno envolver-lhe as entranhas? Um todo cheio de partes. De pequenas partes. Um sem número de relações e dependências. Não existia a natureza. Não existia o outro. Tudo em todos... a seiva corria em nossas veias, as chuvas saciavam nossa sede. Quão soberbo e ignorante, orgulho sem fim. Romper com a natureza, afastar o outro de mim. O mundo agora é uma engrenagem onde os parafusos soltos não tem vez. O homem é um ser com a natureza. Se é não-eu, nada além de coisa. Desculpem minha fragilidade. Eu não sou o outro, não sou com a natureza. O câncer atinge a mim também.
domingo, 20 de junho de 2010
Mudação
Peço licença aos céticos, ateus, etc. Mas se perceberem em minhas ideias, tem sempre um ar de "revolta", como eu prefiro dizer, um espírito de mudança. E acreditem se quiser, o que me leva a falar de tantas coisas que acontecem no mundo. Em ser inconformado como os seres humanos(?) tratam uns aos outros, é minha experiência com Cristo. Falo de como as coisas poderiam, deveriam ser. Não sou exemplo de nada. Quero apenas mostrar o exemplo desse homem. Que não apenas quis firmar uma maneira de viver. Mas questionou como as pessoas de sua época viviam. Não pretendo doutrinar. Quero apenas buscar autenticidade. De maneira poética, sim. Mas com amor. Com o verdadeiro amor. - Oh Polícleto, quer dizer que não mais as mesmas ideias? - As mesmas ideias sim, mas de maneira diferente. Acho que vai ser melhor. Mais autêntico. Não basta eu ser cristão é preciso SER cristão. É mais forte. É existencial.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Diamante
Numa briga, não há quem tenha razão. Fui violentado, martelaram-me por inteiro. Cada batida doía forte dentro de mim. Mas depois de muitas arestas soltas, percebi que algo diferente havia acontecido. Estava mais maduro. Diferente. Mais forte. Percebi que cada batida me lapidava aos poucos. Estou buscando a perfeição. Que ela venha de braços abertos. Enquanto o opressor achava que estava me fazendo um mal. Ele produzia uma pedra preciosa.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Um por todos...
"...somos o futuro da nação, Geração Coca-Cola"
Legião Urbana
O mundo está mudando numa velocidade descomunal. Dos livros ao monitor, das cartas aos algorítmos. Da lamparina às luzes. Das trevas ao esclarecimento. Mas que luz é essa que ofusca meus pensamentos? Que luz é essa que me afasta de mim mesmo? Meu corpo está se desmaterializando. Minha linguagem ultrapassada. Minhas ideias antiquadas. E o pior de tudo. Sinto-me sozinho numa batalha de gigantes. Sou um peão desprotegido no meio do tabuleiro. Não existe mais geração! E há quem duvide. Mas esta é uma verdade que não posso esconder. Um arquipélago de pensamentos. Ilhas de indivíduos. Não há geração! Somos pensados, somos usados. Viramos apenas coisas. Não desisto. Eu insisto. Ainda há uma maneira de existir uma geração. A existência precede a felicidade. Se estamos aqui. Vamos unir forças. Vamos gerar. Novas ideias. Novo mundo.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Dever e devir
Estou cansado de como estão as coisas, estou cansado de ser profeta, de dizer como as coisas são. "A poesia é mais filosófica e de caráter mais elevado que a história". Porém não sei escrever em versos, apenas gosto de contar e narrar histórias, um pouco da vida. Eis que o Filopatia toma forma, eis que ele falará agora de como as coisas poderiam ser. A começar a fazer algo diferente, e podem até dizer que são crônicas, mas para Filopatia é poesia em prosa... E aqui tem espaço pra tudo... Aqui os sonhos se tornarão realidade... Sigam-me os corajosos...
quarta-feira, 2 de junho de 2010
wirkungsgeschichte
"Ah, se eu soubesse lhe dizer o que eu sonhei ontem a noite. Você ia querer me dizer tudo sobre o seu sonho também. E o que que eu tenho haver com isso?"
Legião Urbana
Outro dia me pus a pensar, em como surgiu tanta divergência. Descobri que é obsoleto ser assim. Qual o sentido de estudar a história? Às vezes parece que é tudo repetido e que já posso prever o que vem. Às vezes parece que é tudo novo, e isso me deixa angustiado. Um e outro, dois e um, sou efeito, sou projeção.
sábado, 29 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Povo de Babel
Novidade
...
Texto
...
Dinâmico
...
Rebanho
...
Atrofiado
...
Novíssimo
...
Hipertexto
...
Hiperdinâmico
...
Rebanho
...
Hiperatrofiado
...
Texto
...
Dinâmico
...
Rebanho
...
Atrofiado
...
Novíssimo
...
Hipertexto
...
Hiperdinâmico
...
Rebanho
...
Hiperatrofiado
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Ser Feliz
Sinto mal cheiro ao passar pelo teu quarto. Eu que sempre quis acumular meias. Achava que eram sinônimos de sapatos. Mas de tanto andar à procura delas, meu solado desgastou-se até calejar meus pés. E aqueles que andam suspensos no ar, cheios de belos sapatos... mas as meias deles... fedem... estão podres. Essas meias mancham a pureza dos sapatos... E todos querem belos sapatos, ainda que a troco de meias podres... E os sapatos estão ficando distantes... só ideias... Já não acredito que meias são garantia de sapatos... Ainda que com pés calejados... Quero apenas os sapatos.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Gravuras e Bravuras
Aquele, o melhor do bom: "O mundo está assim por causa de gente como você"! Para um amigo acomodado...
Estas palavras atingiram-me como uma flecha, penetraram o mais íntimo lugar consciente do meu ser. E eu, que sonhava em ser herói. Que iria salvar o mundo com a arma química mais poderosa... o lógos. Aquele que é capaz de mudar as estruturas mais escondidas de nós mesmos. Mas a 'mudação' da teoria à prática sofreu uma mutação. Não foi tão heróico assim... Os heróis são menos heróis do que eu imaginava. Entre o perfeito e o lúdico, encontrei pessoas. De carne e osso. Que não mudaram o mundo, mas mudaram mentes... gentes... Estes são mais heróis que os heróis. Estes sofrem como nós... sonham como nós... vivem como nós... Mas é por causa de pessoas como eles que o mundo não está pior. Eles podem ser nós...
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Natural
Em tempos longínquos, no tempo da liberdade, veio uma onda gigante. Arrastando tudo existente... Povos, costumes, cultura, riqueza... Eles vieram de lá, pareciam deuses... Mas nós o vimos... Tempos e tempos se passaram. Um novo mal aconteceu. Num momento relapso do homem. O fogo chegou... Consumiu todo o homem. Ideias... cultura... dignidade... Eles estavam aqui, com ideias de lá. Mas nós o vimos... À meia noite enxergo o momento mais claro do dia. Vejo um furacão sujo... forte... Mas só de longe o vejo. Dentro parece limpo, parece não fazer nada de mal... Este devasta mais... este ninguém vê... Água, fogo, vento... Devastam, consomem... Mas este último... é mais letal. Nos arremessa pra longe. Nos tira de nós mesmos... pra fora daqui... Este eu vejo... Este, ninguém vê...
Anarquia
Vamos os pequenos. Aqueles que não nasceram. Vamos abortar. Especialmente os acéfalos. Se não tem cérebro. Não há produtividade. Logo, não existe lucro. São prejuízos... Vamos matar os grandes. Aqueles que muito viveram. Especialmente os vegetativos. Cheios de doenças nos hospitais, enchendo os corredores, sujando o chão. Eu... orto... dis... tanásia. Já não podem trabalhar. São prejuízos... Vamos matar o Estado. Aquele que muito viveu. Corrompido por seus integrantes... Especialmente os... Não fazem nada de útil... péssimos representantes... Desviam verbas. Acabam com a dignidade... São prejuízos... São prejuízos...
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Contemporaneidade
Um maquinário de ideias transformadoras
Mudando mentes e modos de agir
Que grandiosa embracação!
Nem Deus pode afundar.
Inconformados com a capacidade de pensar
Buscando meios de crescer mais e mais...
Que ideia estupenda!
Um jogo de guerra... dominação...
Uma maneira de transformar dinheiro
Nem papel... nem moeda... tudo virtual...
Que belo e magnífico!
Agora nem vejo o dinheiro acabar...
É tudo tão bom assim?
Nova escravidão?
Escravidão virtual...
É pior, não a vejo... é letal...
Homem mudado em coisa
Ideias em alienação
Não se questiona... não se critica
É pior... não sinto... não percebo...
O mundo anda tão complicado
Tão cheio de problemas
Tão distorcido
Tão... Tão...
Tão...
...
quinta-feira, 25 de março de 2010
Divergências
O que acontece contigo quando ficas diante de mim?
Vejo em ti uma mudança que desfigura tua essência
O que acontece contigo quando me apresento belo?
Parece mais distante que quando te conheci
Hora te vejo maior que eu
Às vezes sou eu quem te oprime
Hora teu coração é maior que o meu
Às vezes sou mais reflexo que o reflexo
Passam anos...
passam tempos...
Pareço descobrir o que és
Por mais semelhança existente
És apenas imagem
Tu mentes para mim
Insiste em mostrar-me
como apareço...
não como sou...
Não falas de minhas alegrias em momentos de tristeza
Não falas da dor quando me sinto feliz
Por tempos vivi em ti acreditando
Olhando-te...
achando que era eu mesmo
Joguei-me ao teu encontro tentando apreender-te
Feri-me...
Sangrei...
Hoje sou livre...
Vejo em ti uma mudança que desfigura tua essência
O que acontece contigo quando me apresento belo?
Parece mais distante que quando te conheci
Hora te vejo maior que eu
Às vezes sou eu quem te oprime
Hora teu coração é maior que o meu
Às vezes sou mais reflexo que o reflexo
Passam anos...
passam tempos...
Pareço descobrir o que és
Por mais semelhança existente
És apenas imagem
Tu mentes para mim
Insiste em mostrar-me
como apareço...
não como sou...
Não falas de minhas alegrias em momentos de tristeza
Não falas da dor quando me sinto feliz
Por tempos vivi em ti acreditando
Olhando-te...
achando que era eu mesmo
Joguei-me ao teu encontro tentando apreender-te
Feri-me...
Sangrei...
Hoje sou livre...
sexta-feira, 12 de março de 2010
Nossa História
...
Fomos rebaixados
Miméticos
Nossa forma de expressar
Nosso meio poético de contar a história
Foram em vão
...
Uma única forma de pensar e agir
Perdemos a livre vontade
Faziamos o que nos mandavam
...
Fizeram um erro maior
Abandonaram Deus
Mataram mais que o corpo
Mataram a ideia
Se sou, sou pensamento
Então... coisa sou
Que é isso?
Sou centro... Sou verdade
...
O ápice da decadência
Se além do ser... nada
Chegamos além do ser
Somos agora mais que coisa
Somos além do ser
Fenômeno
Ordem e Progresso
...
Tudo em vão
Tudo errado
Não somos só razão
Nem somente sentimento
O que não tenho consciência
Agora vale pensar
O que nunca pensei em fazer
Já o fizeram
Fim...
quarta-feira, 10 de março de 2010
Capa de Jornal
Atenção! Atenção!
Acaba de acontecer um acidente
Muitos carros envolvidos
Congestionamento
Corram! Corram!
É a notícia do dia
...
Nossa!
Seis carros envolvidos!
Três capotados!
Dois tiveram perda total!
E os ocupantes?
Onde estão?
Ah, eles já foram levados
Estão todos bem
Mas como?
Impossível!
Nenhum morto?
Sem ossos expostos?
Sem sangue?
...
Então não tem notícia...
Acaba de acontecer um acidente
Muitos carros envolvidos
Congestionamento
Corram! Corram!
É a notícia do dia
...
Nossa!
Seis carros envolvidos!
Três capotados!
Dois tiveram perda total!
E os ocupantes?
Onde estão?
Ah, eles já foram levados
Estão todos bem
Mas como?
Impossível!
Nenhum morto?
Sem ossos expostos?
Sem sangue?
...
Então não tem notícia...
terça-feira, 9 de março de 2010
Plenilúnio
De tanto planger
A fonte secou
É preciso deixar ela respirar
Preencher esse vazio
Com plenilúnio
Da maneira mais natural
Talvez a água que saiu até agora era salgada. Quem sabe depois do crepúsculo da decepção. À meia noite. No momento mais claro do dia. Onde o céu se revela tal como é. Talvez depois de tudo. A fonte volte a jorrar. Água doce. Perfeita para beber. O que te fez ficar melhor? O sofrimento? Sim; por ele te tornastes ainda mais doce. Como pode ser? Como esse "páthos" me ajuda? Ah, essa é mais fácil. Por ele descobristes que o amor não se reduz às falácias proferidas outrora. Podes errar ainda, mas não da mesma forma. Aproveite cada instante de teu sofrimento. Sofra. Viva. Voe...
P.S Para uma amiga que diz não ter inspiração para escrever.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Plano de Aula
1. Identificação:
Escola: Centro Educacional Repressão e Imposição de Ideologias.
Disciplina: Adestramento.
Professor: Chacal.
2. Objetivo:
Fazer com que os alunos assimilem as ideologias impostas em aulas repressivas.
3. Conteúdo:
3.1. Conceitual: Repressão.
3.2. Procedimental: Fazer com que os alunos não pensem que estão sendo reprimidos.
3.3. Atitudinal: Imposição, Falta de Diálogo, Alienação.
4. Procedimentos metodológicos:
Usar textos escolhidos previamente pelo governo de modo que os alunos não formulem pensamento crítico.
5. Material didático:
Palavra.
6. Avaliação:
A avaliação será feita através da verificação quanto ao nível de alienação e assimilação de ideologias.
7. Referência:
Realidade.
PS : Foi o melhor que conseguiste fazer?
- Não, mas se eu escrevesse algo a mais, você não iria me entender.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
O profeta
Voz que clama no deserto...
O belo precisa voltar
Por tempos aparecido
Hoje esquecido, abandonado...
Voz que clama no deserto...
Há um milênio de distância
O deserto está vazio
Fugiram no êxito téc.
Voz que clama no deserto...
Téc. téc. tic. tac.
Tu és coisa, é engrenagem
Saber, nem sempre é poder
Voz que clama no deserto...
O belo precisa voltar
Mesmo depois de rebaixado
Quero vos apreciar
Voz que clama no deserto...
A verdade revelada
Mas o que é a verdade?
Tua expressão também o é
Estou ficando rouco
Dizem que estou louco
Mas não me canso de gritar
O belo precisa voltar
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Contra o tempo
Parece tudo estar movido de tensão
Mais um ano de espera se foi
Quatro dias de felicidade
Tudo o que aconteceu
Com exceção ao pão nosso de cada dia
Esse viu tudo quadrado
Viu seu sonho "descer redondo"
A luz no fim do túnel parecia estar mais escura que antes
E temos o começo de um novo fim
Um ano acabou
Outro começou...
Com uma abordagem diferente
Comeremos e beberemos
Esperando um futuro melhor
Enquanto isso os palhaços ensaiam uma nova peça
Esse ano vai ser o começo de um outro fim
Mas essa gente acha que será como os anteriores
Com abordagens diferentes é claro
Mas a dentadura é a mesma...
E assim vamos vivendo
Lembrando de nossa angústia...
Agora tem novidade
Nada tão direto...
Pode ser parecido com peças íntimas
Até mesmo meias furadas
Por não suportarem o odor corruptível
Nada tão direto...
Mas com abordagem diferente
Do jeito da cara da gente
Com nariz vermelho...
Purpurina...
Felicidade...
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Luminosidade
Admiro os insetos
Aqueles que morrem na luz
Quando há um clarão
Voam sequiosos ao seu encontro
Passam vários instantes
Circundando aquele perigo iminente
Um toque é a morte
A proximidade é sofrimento
Ainda assim
Voam a ti...
Morrem por ti...
Vivem por ti...
Luz.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Esperança
Eu acredito num mundo novo
Não numa recriação
Mas na mudança
Da mente...
Da gente...
Acredito na liberdade
Imagino que ela esteja em cada um de nós
E reflete nas nossas ações
Por menores que sejam
Um outro mundo é possível
E o melhor de tudo isso
É que já está tudo pronto
Mudemos...
Não de endereço
Mas a história
Viva o mundo novo!!!
domingo, 17 de janeiro de 2010
Secura
Duas semanas e um pouco de reflexão
Nosso país é o país do futuro
Mas parece que vivemos na eternidade
É sempre presente
Nosso povo ainda é explorado... enganado
Duas semanas em reflexão
O leite nosso de cada dia...
A farinha do pirão...
Muito barato na fonte
Transmitida mais que o dobro
Aos nossos olhos tudo bem
Mas lá na fonte há choro e gemido
Sofrimento e desesperança
Parece termos esquecido
Que ainda existe uma fonte
E se toda água correr para o leito
Não haverá um começo
Permaneceremos presente
Continuaremos sendo o país do futuro
Enquanto na fonte
Assistem tudo em cima do muro
Nosso país é o país do futuro
Mas parece que vivemos na eternidade
É sempre presente
Nosso povo ainda é explorado... enganado
Duas semanas em reflexão
O leite nosso de cada dia...
A farinha do pirão...
Muito barato na fonte
Transmitida mais que o dobro
Aos nossos olhos tudo bem
Mas lá na fonte há choro e gemido
Sofrimento e desesperança
Parece termos esquecido
Que ainda existe uma fonte
E se toda água correr para o leito
Não haverá um começo
Permaneceremos presente
Continuaremos sendo o país do futuro
Enquanto na fonte
Assistem tudo em cima do muro
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