quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Eva

O medo afastou meus olhos de ti
imaginava-te como uma floresta densa
um emaranhado de laços difíceis de escapar
Teus olhos penetrantes invadiram meus pensamentos
E aos poucos - como quem anda à beira de um precipício
com cuidado para não cair - fui entrando em sua vida
Descobrindo que estes laços não me causavam embaraços
E nos diálogos que tivemos, sentia que eram palavras
tão fortes, capazes de unir aurora e crepúsculo
Pouco a pouco meus olhos se abriram
vendo-te não como floresta densa e escura
mas como um imenso jardim com flores a perder de vista
Um daqueles lugares em que, de tão bom,
se deseja ficar até a eternidade
Eis que eu desejo, não em possuir-te - porque
tua intensidade é grande demais para apreender - 
mas apenas em estar perto de ti
Para alimentar-me em cada palavra que disseres,
apreciar tua companhia como quem aprecia um jardim,
em sua diversidade, em sua intensidade, em sua infinitude
Na eternidade dos momentos singelos