sábado, 21 de maio de 2011

Da morte

A morte é o esgotamento de todas as possibilidades. É uma caixa fechada, trancada, e enterrada. É um quarto escuro onde não se vê nada. Quantos de nós estamos mortos? Penso que somos muitos para contar. É verdade que começamos a morrer no dia em que nascemos. O que chamamos de vida vai nos matando aos pouquinhos. Começamos meio-mortos quando bebês. Dormimos a maior parte do tempo. A única vontade que temos é de viver. O choro é a expressão da vontade de viver. Choramos para comer, pelas necessidades físicas, pela dor... Em nosso desenvolvimento vamos ganhando autonomia, começamos a viver com mais intensidade. Até esquecemos de nosso destino... A moral (com todos os seus ismos) não é senão a morte do homem. Ela vai colocando limitações, determinando suas ações. Talvez esse seja o mérito dela, de nos lembrar a consequência natural da existência, de que tudo o que é vivo, morre... Muitos homens divagam mortos por viverem segundo a moral. Estamos cercados de zumbis.

Um comentário:

lídia martins disse...

Com cem tonalidades de cinza? Se não me falha a memória não é assim que anda a sua vida...Layout aprovado! Cinza é a cor da sobriedade. Por isso coloro tudo de azul. Faz um bom tempo que perdi a minha.Sobre a morte que falas. Eu já morri tantas vezes que quando me olho no espelho pergunto-me se o que vejo sou eu ainda.


Te abraço com carinho.