Eu tenho medo da nostalgia que sentimos pela música que existiu antes de nossa geração. Olhamos para décadas anteriores e fazemos uma comparação com a música de nosso tempo. Temos uma inclinação em achar que estamos decaindo. Mas eu penso que as pessoas que viveram algumas décadas atrás, também sentiram a mesma sensação. Assim como a mudança na gravação de um vinil para um CD tornou a "ferida" mais rasa, as nossas sensações parecem estar seguindo essa inclinação. Eu vejo um mundo cada vez mais superficial - movido pela sensibilidade. E a moral dualista que regeu diversas gerações está ruindo dia após dia. Tenho a convicção de que novos filósofos devam pensar em algo diferente, uma moral que atenda às necessidades deste mundo. Algo que nos ajude a perceber os problemas cada vez mais imperceptíveis. É, pois, necessário uma moral estética, um modo de viver a partir da sensibilidade e do páthos. E eu - que me sinto um póstero - digo que esses filósofos já estão em seu tempo de existência e finitude. Então, mãos à obra...