sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Minha luta

Aos onze anos de idade eu sofri um acidente de bicicleta e fraturei a rótula do meu joelho. Fui obrigado a fazer natação como meio de fisioterapia. Todos os dias que saía da piscina, eu via alguns jovens numa área ao lado jogando uma espécie de dama, mas as peças eram diferentes, também o modo de jogar. Eu parava perto e ficava olhando admirado com a concentração dos jogadores. Um dia criei coragem e perguntei do que se tratava e me responderam que era xadrez. Não sou muito fã dessa ideia de destino, de que estamos com nossos caminhos traçados e devemos apenas executar da melhor maneira possível. Contudo naquele mesmo ano eu ganhei um jogo da minha madrinha que era quatro em um: dama, gamão, xadrez e um outro que não lembro o nome. Recordo-me ainda quando comentei com meu amigo Yuri que tinha ganho esses jogos mas estava louco pra aprender o xadrez. Ele veio na minha casa após uma aula e me ensinou mesmo afirmando que não gostava muito de ensinar. Eu estava com tanta vontade que aprendi de primeira, tudo o que ele falou eu memorizei. Fomos jogar para testar meu aprendizado e já na segunda partida obtive um equilíbrio enorme com ele. Me senti muito bem e decidi praticar o xadrez. Dias depois voltando da natação eu perguntei para a treinadora (Marizete) como faria para treinar e ela me deu as instruções necessárias, eu estava muito empolgado. Quando comecei a treinar perdi quase todas as partidas. Ainda lembro a primeira na qual eu tentei dar um mate do pastor e perdi minha dama. Mesmo assim não desisti de tentar. Alguns meses passados haveria a competição dos jogos da juventude. Houve um torneio entre os participantes de minha categoria na minha escola e eu fiquei em ultimo lugar, seria o reserva. Mas - não sei se destino ou sorte - o terceiro tabuleiro não foi no dia da competição e eu fui substituí-lo. No meu primeiro jogo eu perdi feio para o jogador da Escola Santa Terezinha, no segundo eu ganhei de um garoto de cinco anos de idade após ter perdido minha dama para ele, no terceiro jogo estávamos disputando já o primeiro lugar com o colégio Peniel. O resultado dos meus outros companheiros favoreceu que nós chegássemos no último jogo disputando o título. Eu fui jogar com um jogador chamado Bruno, e o venci, na verdade nosso time venceu por 2x1 e fomos campeões. Fiquei muito feliz. Eu sempre me sentia inútil e sem valor, mas havia ganhado medalha de ouro no meu primeiro torneio. Me valorizei. Essa é minha história de superação. O xadrez está nas minhas veias, e o sangue eu derramo em cada batalha no tabuleiro... Estou voltando para ser de novo um vitorioso...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meu ceticismo

Eu já nem sei se acredito no céu ou no inferno

Às vezes penso estar vivendo um pouco de cada coisa

O que eu sei é que não vejo fundamento nesse céu dos poetas
e no inferno criado pelos ascéticos

De tudo isso fica a minha existência e finitude

Isso posso falar com segurança

Porque nesses dias contados em que vivo à flor da pele

Eu sinto o céu e o inferno dentro de mim

E nem sempre o céu é tão bom assim

E nem sempre o inferno é tão ruim assim

Uma coisa eu sei que é pra sempre

Tudo começa e termina um dia

Seja com um fim inesperado,
seja com o inevitável crepúsculo da existência

Assim, busco viver intensamente o meu céu e meu inferno

Pois na outra vida - se ela existir -
não posso dizer para onde vou